O avanço de discussões sobre crimes digitais, principalmente aqueles cometidos contra crianças e os que divulgam fake news, reacendeu o debate sobre a regulação das redes sociais no Brasil.
Uma nova proposta do governo federal deve buscar fortalecer as diretrizes voltadas à proteção da infância, tentando, com isso, construir um ponto de consenso em meio às divergências sobre a atuação das grandes plataformas digitais.
Na Câmara dos Deputados, a pauta ganhou mais força com o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) feito pela deputada Maria do Rosário (PT-RS), para apurar a omissão das big techs frente a crimes digitais, muitos deles transmitidos ao vivo nas próprias plataformas. A pauta também está em foco no Supremo.
O impacto da regulação para a presença digital de profissionais e empresas
Enquanto o debate sobre as responsabilidades legais avança, cresce também a atenção sobre a maneira como a credibilidade se constrói no ambiente digital.
A facilidade de acesso às redes sociais deu voz a milhões de usuários, mas também trouxe à tona um novo desafio: como distinguir quem tem base e responsabilidade para falar?
Para Jennifer de Paula, estrategista de marketing e especialista em posicionamento de carreira, a credibilidade nas redes não surge apenas com seguidores ou curtidas.
“A construção de uma imagem sólida passa necessariamente por referências reais, e isso envolve o reconhecimento em diferentes frentes, não apenas nas redes sociais, pois a facilidade de uso e falta de filtros permite que qualquer pessoa poste, o que diferencia uma postagem credível de uma sem base é a credibilidade de quem fala e isso é algo que se constrói fora das redes”, afirma.
A credibilidade vai além do algoritmo
Jennifer explica que o caminho mais eficaz para gerar autoridade nas redes sociais é adotar uma estratégia integrada, que una presença digital com visibilidade na imprensa e produção de conteúdo com embasamento técnico e científico.
“Essa é a estratégia 360 que com certeza é a tendência do futuro das redes, ela conecta redes sociais, mídia tradicional e validação científica. Profissionais e empresas que investem nisso se destacam mais cedo e de forma mais sustentável”, observa.
“Muitos acreditam que as mídias tradicionais perderam relevância, mas elas continuam sendo essenciais para a construção de credibilidade. Diferente das redes, onde qualquer pessoa pode publicar, veículos tradicionais seguem critérios rigorosos de apuração”, pontua.
Reputação: Quem tem protege, quem não tem constrói
Com a possível regulação das redes sociais e o aumento do controle sobre conteúdos, tanto criadores quanto profissionais de diferentes áreas devem estar atentos ao modo como se posicionam.
A credibilidade deixa de ser apenas uma vantagem estratégica e passa a ser uma condição necessária para ocupar espaços de fala, conquistar parcerias e manter relevância.
“Ter um discurso embasado, com apoio científico e validado por veículos confiáveis, é o que diferencia alguém que apenas está nas redes de alguém que se tornou referência”, conclui Jennifer de Paula.