No Brasil, cerca de dois milhões de pessoas estão dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A inclusão desses profissionais no mercado de trabalho tem avançado aos poucos, mas ainda há muitos desafios para gestores e equipes na adaptação do ambiente corporativo às necessidades específicas desse público, como explica o escritor e pesquisador Adriel Silva, autor do livro “Igual Diferente: Uma Reflexão Sobre Como as Empresas Podem Atuar no Gerenciamento de Profissionais com TEA”, disponível na Amazon.
“Muitas empresas não sabem como adaptar processos ou lidar com as particularidades do autismo no dia a dia e a falta de informação ainda é um obstáculo, e isso impacta tanto os gestores quanto os próprios colaboradores”, explica
Compreendendo o autismo no ambiente de trabalho
Para promover uma inclusão real, o primeiro passo das empresas é entender como as características do TEA influenciam o desempenho profissional. Segundo Adriel Silva, o conhecimento sobre o autismo é essencial para uma gestão eficiente.
“Autistas podem ter dificuldades na comunicação social, mas, ao mesmo tempo, demonstram habilidades excepcionais em tarefas que exigem atenção aos detalhes. Cabe às empresas enxergar o potencial e adaptar processos para que esses profissionais sejam valorizados”, destaca .
Desafios para gestores e equipes
Gerenciar profissionais com TEA exige preparo. Adriel Silva aponta que os principais obstáculos incluem a falta de conhecimento sobre o autismo e a ausência de estratégias eficazes para promover um ambiente de trabalho mais acessível.
“No Brasil, existem agentes importantes para a inclusão, mas ainda há barreiras. Muitas empresas não sabem como lidar com situações do dia a dia ou adaptar demandas conforme a hierarquia de necessidades das pessoas autistas”, explica o pesquisador, membro da Mensa Brasil e do CPAH.
Metodologias para inclusão
No livro, Adriel Silva apresenta a metodologia 5W2H como ferramenta prática para estruturar a gestão de profissionais com TEA.
“A metodologia 5W2H é uma ferramenta de gestão que auxilia na organização de tarefas e soluções de problemas, ela se baseia em sete perguntas: What (o quê?), Why (por quê?), Who (quem?), Where (onde?), When (quando?), How (como?) e How much (quanto custa?)”.
Além disso, ele destaca a importância da chamada liderança transcendente, que prioriza o respeito às individualidades e incentiva o potencial de cada colaborador.
“Mais do que inclusão, as empresas precisam criar um ambiente de pertencimento, onde cada profissional possa desenvolver suas habilidades com dignidade”, finaliza Adriel Silva.