Caso Jeffrey Dahmer: que leva objetos pessoais de serial killer serem valorizados e disputados

A série da Netflix sobre o serial killer Jeffrey Dahmer vem ganhando o topo das produções mais assistidas da plataforma em vários países do mundo. Dahmer matou 17 meninos e jovens, muitos dos quais eram negros e gays, entre 1978 e 1991. 

Apesar de estar recebendo inúmeras críticas pelo conteúdo aterrorizante, a série acabou despertando curiosidade pela história do assassino, fazendo com que, inclusive, pessoas queiram comprar por valores exorbitantes itens usados por ele.

Um desses itens é o óculos de grau que o homem usava. O item chama a atenção nas cenas que mostram o ator Evan Peters interpretando o serial killer no tribunal ou na cadeia, e aparece na maioria das fotos de divulgação da série.

O assassino usou os óculos entre 1992, quando foi condenado à prisão perpétua, até 1994, quando foi morto na prisão. Agora, ele pode ser seu pela bagatela de US$150 mil, cerca de R$850 mil.

De acordo a especialista em Marketing Digital e MBA em Negócios Interativos, Jennifer de Paula e com o PhD em Neurociências, Fabiano de Abreu Agrela, essa busca por um item de um sereal Killer pode ser analisada do ponto de vista do marketing e na neurociência. 

De acordo com o neurocientista, a busca das pessoas pelo óculos é mais pelo fato delas quererem chamar atenção, do que, de fato, uma espécie de “apoio” ou de homenagem ao assassino.

“Até porque o índice de os canibais é raríssimo. O índice de pessoas com problemas como o dele é muito baixo, então, nós não podemos dizer que essas pessoas queriam ser como ele. Até porque elas não conseguiriam ser com ele. Na realidade, é muito mais uma questão de chamar atenção e causar impacto”, descreveu. 

Já segundo Jennifer, também pode ser analisada a parte do marketing. 

“Dentro do marketing existe a nossa identidade pessoal. O marketing pessoal explica que buscamos divulgar o que  gostaríamos de transmitir sobre nossa própria imagem. Um objeto como o óculos do Jeffrey pode transmitir uma identidade de poder, de impacto ou até mesmo causar medo nas pessoas ao redor… A peça marcou o personagem e a pessoa, se tornando uma uma marca despertando o interesse dos consumistas de plantão.”

Os óculos do serial killer ainda estão na capa de couro original, que está inclusa no anúncio.

Conforme a especialista, um fator que também contribui para que esse itens se tornem “desejados” é o fato das peças serem “retrôs” estarem em alta.

“A gente está revivendo esses itens da moda dos anos 80 e 90. Temos a volta de peças de roupas, de acessórios… Então, o momento acabou ajudando para que esse marketing do óculos do Jeffrey fosse propagado de uma forma até mais fácil porque ele não foi o o pioneiro. Atualmente já estamos consumindo esse estilo até por influências de outros filmes e de outras séries”, disse. 

Por fim, Jennifer mencionou o fato de estarmos nos aproximando do Halloween e das pessoas estarem usando roupas e acessórios parecidos com o do serial killer como fantasias reforçam a análise do marketing pessoal: “as pessoas acabam consumindo o que a maioria está. A partir disso, vemos que a influência está totalmente ligada ao que consumimos. Nesse caso não é diferente”, finalizou.

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Jennifer de Paula

Gestão, marketing e assessoria de imprensa.

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