As sereias são seres místicos presentes em histórias fantasiosas de diversos povos, inclusive africanos. No entanto, animação que deu vida a personagem, conquistando o publico em 1989, foi baseado em um conto do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen e há quem diga que o conto se passa na Dinamarca, onde o autor da história original, nasceu.
A partir disso, grande parte das pessoas formatou a ideia de que o “certo” seria a personagem condizer com as características dos povos locais, ou seja: brancos, ruivos ou loiros. Para alguns, não se trata de racismo, mas sim de um padrão bruscamente modificado causando estranheza do público. A polêmica sobre a aparência da personagem surgiu neste final de semana após o lançamento do primeiro teaser de “A pequena Sereia” ser lançado durante a convenção D23, da Disney.
Logo após a divulgação das imagens do live-action, o vídeo ganhou uma série de dislikes no YouTube. A especialista em Marketing e MBA em Negócios Interativos, Jennifer de Paula, fez uma análise da situação e revelou pontos a serem levados em consideração.
“A inclusão de personagens não pode interferir na historia num geral. Imaginem se começássemos a transformar os protagonistas?
EX: “Tarzan” que é filho de “ingleses” que desembarcam em uma selva africana e com a morte de seus pais, Tarzan é criado por macacos. Faria sentido o intérprete ser negro?
Ou o mesmo para a a Branca de Neve, que é um conto de fadas clássico originário da tradição oral alemã. Agora vamos mudar o posicionamento: Conseguem imaginar a Pocahontas loira de olhos claros? Pois é.
E um saci com as duas pernas na tentativa de não explorar o cotidiano dos deficientes físicos? Estranho, né?”, questionou.
Segundo Jennifer, a inclusão precisa acontecer em dar vida a novos personagens acreditando que também possam conquistar o publico assim como os que já vendem milhões em bilheterias.
“Incluir é acreditar, apostar é fazer acontecer. Os personagens já possuem uma característica fixa em nossas memórias e modifica-las pode se tornar um problema. As diferenças existem; cor, hábitos, sexualidade, religiões, etc. Temos apenas que respeita-las”, finalizou.