O marketing inclusivo é uma modalidade do marketing que tem como objetivo criar conteúdos, anúncios e estratégias voltadas para indivíduos visando na liberdade de gênero, etnia, situação socioeconômica, orientação sexual, idade, entre outros fatores.
No entanto, é necessário ter um cuidado redobrado ao adotar esse tipo de estratégia, que segundo a especialista em Marketing e MBA em Negócios Interativos, Jennifer de Paula, pode acabar virando um “tiro no pé”.
“Primeiro, temos que entender que inclusão é diferente da diversidade e que a diversidade se tornou um formato de marketing oportunista, sem utilidade real na carga histórica e na consequência social”, disse.
O marketing Inclusivo, que seria uma forma de “oferecer oportunidades iguais de acesso a bens e serviços a todos, vem se tornando sinônimo de “gerar mais audiência” e quando mal elaborado pode mais prejudicar do que ajudar uma marca.
“A realidade é que ao criar uma campanha pensando em inclusão, precisamos sair “da caixa” e não jogar em apenas um time, pois, podemos acabar, mesmo que sem querer, ofendendo outras raças, gêneros, religiões… Não diminuindo o impacto negativo que terá sobre pessoas que de certa forma consumirá a propaganda”, explicou.
Casos recentes
Jennifer relembrou o recente caso do desenho infantil Peppa Pig, que exibiu o primeiro episódio com um casal de personagens homoafetivos. No episódio intitulado Families, exibido no Canal 5 no Reino Unido, Peppa Pig conheceu as mães da personagem Penny Polar Bear.
O episódio mostrou Penny Polar Bear desenhando um retrato da família e explicando: “Eu moro com minha mamãe e com minha outra mamãe. Uma mamãe é médica e outra mamãe cozinha espaguete.”
O episódio dividiu os espectadores. Enquanto muitos saudaram a inclusão, alguns não apoiaram a introdução do casal do mesmo sexo.
A especialista também citou os seguintes casos:
Facebook em 2015, abordando o sufrágio feminino nos Estados Unidos;
Dove em 2017, abordando diversidade racial e a inclusão;
Burger King em 2021, abordando a comunidade LGBTQIA+.
Sobre os exemplos, a especialista afirmou que se a intenção é explorar o Marketing Inclusivo é necessário apostar na contratação de uma equipe multíplice.
“As empresas precisam avaliar melhor seu público, retratar mais a vida real em suas imagens e investir em conteúdos adaptados em braile. Não se esqueçam que empresas também são “canceladas” e uma gestão de crise pode ser ainda mais trabalhosa”, finalizou.